• NOSSA HISTÓRIA

  • Conta a historia que os primeiros habitantes foram os índios Carirís, citam-se também os Maracás. Certo é que a presença de pinturas rupestres na região indica que esta área foi ocupada por tribos indígenas.
     
    Já em 1796, D. Rodrigo de Souza Coutinho, fazendeiro da região, registra a presença de “Quilombos”, citando os de Orobó, dos Tupins e os de Andarahy. Este quilombos foram destruídos e alguns de seus integrantes presos e devolvidos a seus donos. Podemos citar como remanescente de quilombo, a atual comunidade de Fazenda Velha, nas margens do Rio Santo Antônio.

    Os primeiros povoamentos surgem em áreas de fazendas de agricultura e pecuária que serviam aos garimpos da Chapada Velha e Rio de Contas através dos tropeiros, a exemplo do povoado do Comercinho, das Piranhas e do arraial da Passagem, este último à beira do Rio Paraguaçu, em trecho que permitia a navegação e transporte até as áreas do Município de Cachoeira.

    Ditos garimpeiros encontram diamantes, no Rio Cumbucas (Mucugê) e a partir daí chegam muitos homens que se espalham pela região e logo trazem suas famílias para habitar as Lavras Diamantinas, vindas Minas Gerais, Mato Grosso,Goiás entre outras províncias, a exemplo de Joaquim de Figueiredo, citado como um dos primeiros colonos.
     
    A corrida em busca de ouro e diamantes trouxe garimpeiros que atraídos pelas pedras preciosas que afloravam praticamente ao ras do solo, começam a povoar a sede do município, que na época era parte de Santa Izabel do Paraguaçu (atual Mucugê).
     
    Utilizando as trilhas dos índios, a mão de obra escrava, e construindo novos caminhos, a Serra do Sincorá foi quase totalmente revirada pelos garimpeiros transformando a região num dos lugares mais ricos do mundo.
     
    Assim foi construída a cidade de Andaraí, as tocas e ranchos dos primórdios começaram a conviver com grandes casarões coloniais, que abrigavam os barões do diamante na fase de esplendor.
     
    O fim da escravatura, o começo da República e o achado de jazidas diamantíferas na África, marcaram o começo da decadência. A produção só foi salva graças ao carbonato, o diamante negro, utilizado na indústria, que tinha mercado na construção do Canal do Panamá. Mais tarde, seria descoberto o diamante sintético que substituiria o carbonato.
     
    Em 1847, Andaraí já é Distrito Policial, em 1852, Distrito de Paz, elevado a freguesia, pela lei nº 2444 de 19 de maio de 1884, à Vila, em 1878, assumindo a condição de cidade por ato do governador baiano José Gonçalves da Silva, em 28 de abril de 1891.

    O coronelismo influenciou a vida e os costumes da sociedade andaraiense. O Coronel regia a vida e o destino de todos e era procurado para resolver todas as questões desde as mais importantes as mais corriqueiras. O mais famoso, respeitado e temido coronel de Andaraí foi Aureliano Gondim, uma das inspirações de Herberto Sales ao escrever o consagrado romance Cascalho.
     
    O ouro verde do Brasil, o café, era também fonte de riqueza na região, o Pati era um centro povoado produtor de café muito rico e movimentado. Sua decadência respondeu à política da época que no intuito de favorecer os cafeicultores do sul, levou os produtores locais a acabar com suas plantas.
     
    O impacto ambiental do garimpo já era grande pela quantidade de areia removida, mas, aumentou muito quando na década de 70, são introduzidas na região as dragas, com motores a disel, que despejavam óleo nos rios contaminando as águas ao ponto da população passar meses sendo abastecida por carro pipa. O assoreamento dos rios, a devastação das matas nativas e a poluição, levam a extinção do garimpo mecanizado em 1996.
     
    O município possui dois distritos; Xique-xique do Iguatu e Ubiraitá. O primeiro, tão antigo ou mais que a sede, é formado por garimpeiros oriundos de Santa Isabel do Paraguaçu e conhecido internacionalmente por seu patrimônio Cultural, arquitetônico e ecoturístico.(foto Igatu) O segundo tem sua origem ligada à passagem de tropeiros e a formação de assentamentos e fazendas agrícolas e pecuárias.

    Possui também Povoados com o de Nova Vista, formado da mesma maneira que Ubiraitá e o da Passagem que tem sua história marcada na antiga Fazenda Vitória e no forte comércio ali existente nos tempos áureos dos garimpos, por está localizado em trecho navegável do Rio Paraguaçu, que hoje não acontece por conta do assoreamento deste rio.
     
    Não podemos deixar de falar da Comunidade Tradicional da Fazenda Velha , localidade situada às margens do Rio Santo Antônio, próximo a Antiga Fazenda do Senhor Domingos Gomes de Azevedo (meados do século XIX), e em áreas do Parque Nacional da Chapada Diamantina(1985),área reconhecida como território Quilombola pela Fundação Palmares e com fortes ligações de parentesco com o Quilombo do Remanso em Lençóis.
     
    O Povoado do Paty também situado no município e no centro do PNCD(Parque Nacional da Chapada Diamantina) Tem uma História rica e em outros tempos alimentou Andaraí em víveres .È de lá que surgiu o prato típico da Chapada, o Godó, quando substituíram o feijão por banana verde.
     
    O Mocambo é um grande assentamento, que tem sua história ligada à ocupação do MLT (Movimento de luta pela terra), há 14 anos atrás e já se desmembrou para a ocupação da Fazenda Salobrinho, formando outro núcleo de povoamento.
     

     

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